Zoom 'proibido', transmissão em 2 lugares e filmes da internet: Como será o Oscar pandêmico de 2021

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Postado em: 24 / 03 / 2021 [01:31 am]

 
 
Teve gente que achou que não ia ter Oscar em 2021. E, quando foram anunciados os indicados, na última segunda-feira (15), o mundo se perguntou: como será a cerimônia, em meio à pandemia?
 
A Academia de Hollywood precisou adiar o evento, que geralmente acontece entre fevereiro e o início de março. A festa, agora, vai acontecer em 25 de abril.
 
Mas, além da mudança de data, outras adaptações foram adotadas pela organização, para tentar reduzir o risco de contágio do coronavírus na maior premiação do cinema.
 
Diversidade
Há anos a Academia tem tentado tornar sua lista de concorrentes mais diversa. Com as mudanças geradas pela crise sanitária, a lista de indicados de 2021 acabou se tornando uma das mais heterogêneas da história.
 
Na categoria de Melhor Filme, são oito filmes concorrendo, três deles com protagonistas não brancos: "Minari", "O som do silêncio" e "Judas e o Messias negro". Outros dois indicados têm personagens principais femininas: "Bela vingança" e "Nomadland".
 
Por causa da pandemia, grandes estúdios paralisaram as gravações de vários filmes. Isso acabou aumentando as chances de produções independentes e estrangeiras no Oscar. Muitas vezes, elas têm maior riqueza de personagens.
 
Além disso, pela primeira vez, duas mulheres foram indicadas na categoria Melhor Direção: Chloé Zhao ("Nomadland") e Emerald Fennel ("Bela vingança").
 
Regras
O que também mudou por causa da Covid-19 foram as regras da premiação. Antes, pra concorrer ao Oscar - salvas algumas exceções -, um filme precisava ter sido exibido por um determinado período de tempos em cinemas de Los Angeles (EUA).
 
Com cinemas fechados na pandemia, a Academia teve que dar o braço a torcer e aceitar inscrições de filmes que foram transmitidos apenas pela internet. Isso fortaleceu as plataformas de streaming e filmes com orçamentos menores.
 
A cerimônia
E a cerimônia, propriamente dita? Várias premiações em 2021 têm acontecido por videoconferência, o que prejudica algumas das instituições fundamentais desse tipo de evento -- o tapete vermelho, por exemplo.
 
No caso do Oscar, a organização confirmou o formato presencial. Os profissionais indicados foram informados de que participar por Zoom não será uma opção.
 
No entanto, será uma festa bem diferente da que os espectadores se acostumaram a ver.
 
A transmissão ao vivo vai acontecer em dois lugares diferentes: o Teatro Dolby, tradicional sede do Oscar desde 2002, e a estação de trem Union Station. Ambos os espaços ficam em Los Angeles.
 
O site Deadline disse nesta segunda-feira (22) que a cerimônia não vai ter um anfitrião, como de costume, mas contará com diversos apresentadores ao longo da transmissão.
 
Analistas da imprensa americana acreditam que o Oscar deve seguir uma linha semelhante à do Grammy, com parte da transmissão feita ao ar livre e alguns poucos convidados assistindo ao evento in loco.
 
A Academia já anunciou aos seus membros que só serão convidados para participar da cerimônia os apresentadores das categorias, os indicados e seus convidados.
 
Campanhas
Outro fator importante é a campanha dos filmes. Em anos comuns, o Oscar começa mais ou menos três meses antes da premiação.
 
É quando os produtores iniciam uma maratona de eventos em várias partes do mundo para promover os filmes concorrentes entre os mais de 9 mil profissionais do cinema, que votam no Oscar.
 
É uma espécie de campanha eleitoral do cinema. Os estúdios gastam milhões de dólares pra tentar conseguir o voto dos membros da Academia.
 
São reuniões, sessões especiais, mesas de debate, além das festas realizadas pela própria organização do Oscar para os indicados.
 
Tudo isso, no mundo normal, acontecia presencialmente. Em 2021, o que não foi cancelado aconteceu ou ainda vai acontecer à distância, por videoconferência, o que deve refletir na lista final de vencedores.
 
Fonte: G1
Foto: Divulgação