Qual o futuro dos cinemas? CEOs da Disney e Cinemark se posicionam perante à crise

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Postado em: 05 / 03 / 2021 [12:38 pm]

 
 
Desde a invenção da televisão, nos anos 1920, se prevê o fim das salas de cinema, sem que a profecia tenha sequer chegado perto de se concretizar. Com os projetores desligados em boa parte do mundo em decorrência da pandemia, porém, as redes de exibição mergulharam em uma crise sem precedentes, enquanto as plataformas de streaming batiam recorde de assinantes e viraram canal de lançamento de grandes produções.
 
Menos de uma semana após a ViacomCBS anunciar que a janela cinematográfica de 90 dias tinha acabado, apresentando sua plataforma Paramount+ com a promessa de lançar seus filmes em streaming após 45 dias de exibição nos cinemas, a Disney confirmou que o circuito não voltará mesmo a ser o que era antes da pandemia.
 
Em uma conferência de investimento virtual organizada pela empresa financeira Morgan Stanley, o CEO da Disney, Bob Chapek, apontou que a empresa também estuda diminuir o período de exclusividade dos cinemas, quando seus filmes voltarem a ser exibidos primeiro em tela grande.
 
"O consumidor provavelmente está mais impaciente do que nunca", disse ele sobre as mudanças no mercado durante a covid-19, "principalmente porque agora eles tiveram o luxo de passar um ano inteiro recebendo títulos em casa praticamente quando quiseram. Portanto, não tenho certeza se há um retorno".
 
O americano Mark Zoradi, CEO global da rede de cinemas Cinemark, a maior no Brasil e com quase 6 000 salas em dezesseis países, admite que os tempos são duros e os desafios, imensos — ao menos enquanto perdurarem as restrições impostas pela circulação do novo coronavírus. Mas ele insiste: a força da magia tornada viva pelas telas gigantescas do cinema não morrerá e, assim que for possível, o público voltará. Nesta entrevista, concedida por videochamada de seu escritório no Texas, Zoradi, 66 anos, fala sobre as negociações entre produtoras e distribuidoras para se adaptarem aos novos tempos e manter as salas abertas. 
 
"O cinema existe há mais de um século e já enfrentou e superou diversas transformações tecnológicas, como a popularização dos aparelhos de TV e a invenção do VHS e do DVD. Nada disso foi capaz de apagar a magia da imersão no espetáculo que as salas de projeção oferecem. É esse ambiente não replicável em casa, mesmo com toda a parafernália de equipamentos disponível, que atrai os espectadores. As pessoas querem fugir da rotina e dos problemas, um desejo, aliás, maior do que nunca neste momento. Não há quem não guarde boas lembranças de ir ao cinema com o namorado, amigos, família. O hábito não vai morrer", pontua.
 
Fonte: Terra e Veja
Foto: Pexels