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Cia Coexistir

A Companhia Coexistir de Teatro foi idealizada a partir de trabalhos realizados com grupos de adolescentes da rede pública de ensino, alunos do curso superior na área de artes cênicas, moradores de rua, egressos, reeducandas do sistema penitenciário, pessoas portadoras de deficiência visual e deficiência mental, desde 1999, sob a coordenação da psicóloga e diretora de teatro Patrícia Teixeira; oficializou-se no ano de 2006 com atores profissionais. Partindo da função social do teatro trazida por Bertolt Brecht, o trabalho do ator desenvolvido por Grotowski e a leitura simbólica de Jung, a Companhia tem como principal objetivo resgatar a função existencial do teatro enquanto espaço de coexistência entre mito, psique e história, por meio de um trabalho de pesquisa sobre os temas coexistência e transitoriedade, buscando a junção de um trabalho artístico psicopedagógico, que enxerga o teatro como espaço de acesso, elaboração e integração de potencialidades do ator na construção de suas dramaturgias e a dialética dessas, com a história de seu tempo. A Coexistir parte da ideia do "existir junto" no palco com partes nossas esquecidas, renegadas, fixadas, desconhecidas, por meio das personagens e da constelação do tema do espetáculo enquanto expressão arquetípica do grupo. Acreditamos que, quanto mais coexistirmos com nós mesmos e com “artistas de outros guetos”, mais nos tornamos em um artista integrado com nossa arte e nosso tempo. Um artista-espectador, cidadão do mundo, que contempla, contemplando-se. Dentro dessa perspectiva, em todas as montagens da Companhia se acoplam ao grupo de quatro atores profissionais outros artistas e tantas outras pessoas que, de alguma forma, necessitem viver um processo de reabilitação, tanto na esfera psíquica, quanto na social. Busca-se um processo de individuação que engloba auto-respeito, sentidos pessoais e verdade. Queremos, por meio do teatro, encontrar uma forma de (co)existir consciente no mundo, propiciando conexões com um refletir contínuo que provém do passado, atravessa o presente e vai para o futuro, saindo dos palcos, das coxias, proscênios ou quaisquer delimitações que impeça de se sentir atuante e pertencente do espaço dentro de si, da sociedade e do mundo. Sendo assim, a Companhia busca em seus trabalhos uma interação com a plateia que promova não apenas um contemplar passivo, mas dialético. Fazem parte das montagens realizadas pela Companhia Coexistir de Teatro os espetáculos: “Sátiras de um Brasil” (1999), “Retratos de Gerações” (2000), “O Diário de Anne Frank” (2002), “Contos Sobre Adultério” (2003), “A Casa de Bernarda Alba” (2005-2006), “Reflexos de Gerações” (2007-2008), “Tantas histórias, tão mais, tão menos graves” (2009), “A Força do Mito” (2010), “Nasci Para Bailar” (2012), “Peace and Love” (2012).