'Amor de Mãe' volta e elenco relembra emoções no set: 'Todo mundo à flor da pele'

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Postado em: 04 / 03 / 2021 [01:26 am]

 
 
Frio na barriga, medo, felicidade, solidão, susto, alegria, melancolia e euforia: todas essas sensações foram usadas por parte do elenco de "Amor de Mãe" para descrever à volta aos estúdios.
 
A segunda fase da novela entrou no ar nesta segunda (1º), depois de quase um ano de pausa por conta da pandemia do novo coronavírus.
 
Um resumo sobre o que se passou com os personagens será exibido por duas semanas, e a partir do dia 15, vão ao ar os 24 capítulos finais inéditos.
 
Em entrevista com jornalistas antes da reestreia, Chay Suede comentou a energia do set de filmagens: "A sensação era que essa reta final ia ser completamente diferente, porque a gente estava muito à flor da pele. Tudo pegava fogo muito rápido, tinha muita emoção querendo sair".
 
Adriana Esteves conta que se emocionou ao ver Chay pela primeira vez, depois de meses de isolamento. O que ela mais sentiu falta foi de abraçar os colegas de elenco, desejo compartilhado entre os demais, mas que foi evitado por conta dos protocolos de segurança.
 
Todos os cuidados também mudaram o estilo dos estúdios, que em outros momentos estavam sempre cheios de gente e com muito movimento.
 
A equipe foi reduzida e os profissionais estavam sempre de máscaras e vestindo roupas especiais. "Eram sempre muitas pessoas e aquilo estava reduzido a um quinto. Deu um frio na barriga, uma solidão, um susto bem grande, mas isso também botou a gente muito emotivo", conta Adriana.
 
Apesar da apreensão com a situação, a retomada foi um movimento de felicidade para Taís Araújo que saiu de casa no maior alto astral, ouvindo Alcione no último volume: "Fazia tempo que eu não cantava e só canto quando estou feliz".
 
Vitória, sua personagem, vai passar a defender casos de mulheres que foram abusadas durante a pandemia em uma das muitas inserções do contexto que estamos vivendo desde 2020.
 
Murilo Benício, veterano em novelas, viu que o momento de pausa permitiu que os atores não ficassem saturados. "Se dá para ver uma coisa positiva em relação a tudo isso, essa foi a única novela que não deu o momento de ficar cansado", diz Benício que interpreta o empresário Raul na trama.
 
"A gente ficou naquelas férias forçadas e obrigatoriamente com uma saudade de uma coisa que não terminou, uma aflição para voltar a gravar de novo".
 
Novela interrompida
Chay Suede achava que era "inalcançável" a retomada das gravações e temia que o clima esfriasse tantos meses longe de seu personagem.
 
"Já não sentia [o Danilo] mais tão perto de mim, tinha medo de não encontrá-lo e não ter tempo. A gente voltou para o set direto, não teve o período de reorganizar as coisas", conta.
"Mas foi incrível, a gente voltou e no segundo dia de gravação, as coisas voltaram assim magicamente. Ou seja, em algum lugar, mesmo com medo e com a racionalidade dizendo 'cadê o personagem?', ele estava guardado em algum lugar".
 
O sentimento é parecido com o de Clarissa Pinheiro, que interpreta a doméstica Penha. "Ela ficou naquela suspensão, mas na hora que você pisa no set, se monta, se reencontra e volta tudo".
 
No final da primeira fase, a personagem começa a cuidar dos negócios de Belizário (Tuca Andrada), o policial corrupto e capanga de Álvaro (Irandhir Santos).
 
Pandemia na trama
"Amor de Mãe" já era uma novela com uma estética e produção mais realista, então não surpreende o fato de que a pandemia tenha entrado no roteiro. Essa também era uma das únicas alternativas que a produção tinha para seguir em frente.
 
A autora Manuela Dias se viu relutante por duas semanas para colocar o assunto na novela, mas viu que não teria opção quando recebeu os protocolos de segurança para as gravações.
 
"O meu novo desafio era ajudar a viabilizar o protocolo. Os personagens também foram separados em ilhas, eles também não podiam ser cruzar", diz Manuela.
 
Orgulhosa do trabalho com diretor José Luiz Villmarim e dos esforços de proporcionar um ambiente seguro, ela conta que os protocolos não aparecem nos capítulos.
 
Os atores chegaram a gravar com paredes de acrílico entre eles, mas tudo foi retirado na pós-produção.
 
"Em nenhum momento se tornou uma novela sobre a pandemia. Ela é mais um obstáculo que os personagens enfrentam para realizar seus sonhos", diz Manuela.
 
A novela recomeça seis meses depois da pausa em março, e ao invés de mostrar a passagem do tempo com dias ou meses, Manuela decidiu registrar a passagem do tempo com o número de mortos e infectados no Brasil. A marca inicial é de 9 mil mortos; hoje o número passa de 250 mil.
 
Fonte: G1
Foto: Divulgação